data-filename="retriever" style="width: 100%;"> data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos
Rosangela conta que ampliou as vendas a partir de entrevista publicada no Diário
Há quase duas décadas, o Diário conta muitas histórias, todos os dias, de pessoas de Santa Maria e da região. Ao longo desta trajetória, muitos desses personagens tiveram as vidas transformadas a partir de relatos publicados na edição impressa, digital e, agora, também na TV. Foi o que aconteceu com a confeiteira Rosangela Milani Moro Pagliarin, 38 anos.
Logo que deu início à atividade, Rosangela publicou uma foto das iguarias que produz nas redes sociais. Convidada pelo Diário, contou um pouco sobre o empreendimento e, a partir disso, a vida dela e da família tomou outro rumo, principalmente durante a pandemia.
Rosangela é natural de Linha 6, interior de Silveira Martins, município da Quarta Colônia, onde mora atualmente com o marido Adriano Pagliarin, 45 anos, os filhos Francisco, 6, e Ana Clara, 3, em frente à casa dos pais, na estrada do Radar, também conhecido como Vale dos Panos. Há cerca de dois anos, ela precisou parar de trabalhar para se dedicar aos afazeres domésticos e cuidar dos filhos pequenos. Com a pandemia e o isolamento social, a renda da família diminuiu. Foi na dificuldade que a doceira percebeu uma forma de se reinventar.
- A ideia de fazer bolos surgiu quando uma vizinha falou que estava com vontade de comer um, bem quentinho. Foi aí que eu vi uma oportunidade de vender para os vizinhos, já que eles estavam isolados também e não tinham como sair de casa para buscar. No primeiro domingo, fiz oito bolos, coloquei uma mesa na beira da estrada, uma caixa com troco e álcool gel. Assim, meus vizinhos e os conhecidos passavam e pegavam um bolo - lembra Rosangela.
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Com tanta procura, ela teve que aumentar a equipe para dar conta de fazer mais delícias. Nos primeiros finais de semana de abril de 2020, eram produzidas oito unidades. Mas, agora, são mais de 200. Os sabores também foram aperfeiçoados, aumentando a variedade.
- Logo depois que saiu a reportagem no Diário, o meu celular não parava de tocar. As pessoas ligavam e mandaram mensagem para fazer encomendas. Foi muito emocionante. A gente quase não dormia. Se não fosse a entrevista, talvez eu não tivesse toda essa fama. Foi bem legal e ter vocês aqui está sendo demais - comenta ela.
Assim como a história de Rosangela, muitas outras serão mostradas a partir deste final de semana, em comemoração às duas décadas do Diário. Serão, ao menos, duas reportagens por mês até 19 de junho de 2022, data em que o jornal completa 20 anos.
Tudo começou há oito anos, em Minas Gerais
O amor pela gastronomia começou quando ela e o marido foram morar em Minas Gerais, em 2013. Rosangela se apaixonou pela comida mineira e fez cursos profissionalizantes. Em 2014, quando o casal voltou para o Rio Grande do Sul, ela passou a fazer pães e cucas com a mãe, cozinheira de mão cheia. A doceira saía de Silveira Martins para comercializar os produtos em Santa Maria. De porta em porta, os clientes foram conquistados pela simpatia, carisma, dedicação e, é claro, pelo sabor dos produtos de Rosangela, que vendia principalmente no Bairro Camobi.
- Quando começou a pandemia, fiquei apavorada, era uma renda extra que a gente estava tendo, e não tinha mais para quem vender. Muitas das minhas clientes eram funcionárias das lojas e frequentadoras dos salões de beleza. Entrei em pânico em função da renda e com medo, também, de a minha família pegar o vírus - conta a doceira.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Da venda de porta em porta a estabelecimento próprio, doceira conquistou clientes de outras cidades da região, como Faxinal do Soturno e São João do Polêsine
Depois que a reportagem foi publicada no Diário, as pessoas que até então compravam pães e cucas, passaram a comprar os bolos que a doceira produzia na cozinha de casa com ajuda da mãe, marido, irmão e cunhada. Ela lembra que teve que atender ao público de forma presencial para organizar a fila de carros que se formou para comprar os produtos no início da pandemia.
- Muitos clientes de Camobi que compravam quando eu vendia pão e cuca, agora, compram bolo todo final de semana. Temos clientes de Faxinal do Soturno, São João do Polêsine, Silveira Martins e Santa Maria. A demanda está bem maior Cheguei a entrar em desespero porque eu só sabia fazer bem feito o bolo de cenoura - brinca Rosangela.
Dedicação e talento que vêm de berço
O reconhecimento do trabalho, a dedicação e o sabor único são alguns dos segredos que a família de descendentes italianos traz. Além disso, toda a repercussão das vendas proporcionou a realização de um sonho: a criação da agroindústria da família, o Empório Santo Antônio. Hoje, o local funciona aos finais de semana (confira no quadro). O empreendimento ainda gerou emprego:
- Estamos trabalhando em sete pessoas, geramos emprego e renda extra, e isso me deixa muito feliz. Todos já têm trabalho fixo, mas duas funcionárias estão com renda exclusiva do Empório Santo Antônio. Foi um crescimento inesperado e eu me emociono muito, ainda mais no contexto em que estamos. Além disso, realizei meu sonho de ter uma padaria e a minha agroindústria.
O sucesso e a fama ultrapassaram barreiras, e em função das redes sociais, a venda de bolos na estrada foi descoberta até mesmo pelas amigas de Rosangela que moram foram do país. De Portugal, uma delas enviou dicas de receitas de bolos e a doceira foi se aperfeiçoando, conforme pesquisava dicas na internet. Conforme ela testava, as ideias surgiam. Hoje, a agroindústria tem 38 diferentes sabores de bolo, pão, cuca, salame, torta fria, entre outros produtos coloniais. Os sabores de bolo mais vendidos são cenoura, chocolate, amendoim, nozes e avelã.
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Depois que o serviço tomou uma grande proporção nas vendas, já no início da pandemia, o marido assumiu o apoio administrativo.
- Minha ajuda principal é fazer o controle financeiro, o que entra e sai da empresa, as compras. Calculo os custos e organizo toda a atividade de retaguarda, como, por exemplo, a faxina, lavar a louça, ajeitar os materiais e os produtos. Tenho me empenhado mais ainda no apoio físico e no controle de vendas. Logo após a reportagem do Diário, a venda dos bolos ganhou uma proporção muito grande. O significado disso tudo é o reconhecimento de um bom serviço. A gente não abre mão da qualidade, tentamos fazer o máximo para que o cliente saia feliz e contente - enfatiza Adriano, que também atua como gerente de projeto.
Ainda conforme o marido, o movimento tomou uma proporção tão grande que ainda tem pessoas que estão conhecendo o local pela primeira vez.
Qualidade que gera reconhecimento
Depois da publicação da reportagem, Rosangela passou a vender 25 vezes mais. Isso fez com que a família conseguisse realizar o sonho de montar o próprio negócio. Manter os clientes antigos e conquistar novos é o que motiva diariamente a doceira. data-filename="retriever" style="width: 100%;">A empresária Josi Pacsek destaca a qualidade e a procedência natural dos produtos usados nos bolos e doces. A filha Isabelle também aprova e não dispensa o sabor chocolate
A empresária Josi Paczek é uma das clientes mais antigas. Ela chegou a comprar os produtos quando ainda eram vendidos na beira da estrada. Moradora de Santa Maria, faz questão de percorrer cerca de 20 quilômetros para comprar os produtos da agroindústria da família. A qualidade dos alimentos é um dos motivos que fez ela continuar sendo cliente.
- É o melhor bolo da região. Não tem outro igual. Por isso, vale a pena vir aqui. A gente preza muito pela qualidade, principalmente por causa da minha filha pequena. A gente sabe que ela usa produtos naturais. O milho, por exemplo, não é enlatado. Eu fico muito feliz por ela, que se dedicou tanto a tudo isso. É guerreira, faz por merecer, é uma pessoa simples e bondosa. Merece todo esse retorno que tem recebido - declara Josi, que estava com a filha Isabelle, 5 anos. A pequena sabe muito bem qual o bolo que mais gosta: o de chocolate.
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Outros clientes também acompanharam o crescimento das vendas. O professor de educação física Alan Sangoi promove caminhadas pela Estrada do Radar há 15 anos e, desde que os bolos começaram a ser vendidos, em frente à casa da família, no início da pandemia, ele passou a consumir e divulgar para amigos e familiares:
- Aos poucos, fomos conquistados pela qualidade e sabor das receitas. E, na nossa rotina, é claro, incluímos uma parada no local para consumir o bolo ou levar para casa. É muito bom. Como fica perto da rodovia, sempre tem lugar para estacionar. Agora, junto a oportunidade de almoçar nos restaurantes italianos da Quarta Colônia, ganhamos mais essa opção de sobremesa, que é bem variada. É muito legal vir para essa região - comenta Sangoi.
COMO ADQUIRIR OS PRODUTOS
Empório Santo Antônio
- Atendimento - Sábados e domingos, das 9h às 18h, na Estrada do Radar, entre Santa Maria e Silveira Martins
- Contato - (55) 99682-9387, telefone e WhatsApp
A CAMPANHA
- A iniciativa vai marcar as duas décadas de circulação do Diário
- São 20 anos transformando vidas e mudando realidades
- A cada mês, a partir deste fim de semana e até chegar aos 20 anos, as páginas vão mostrar histórias de quem teve as trajetórias marcadas pelo Diário
- São pessoas, empresas, projetos e sonhos que ocuparam as páginas do Diário e espaços que se transformaram a partir deles
- É a comunidade dando testemunho do quanto um veículo de comunicação sério e comprometido com o interesse público contribui para o desenvolvimento da cidade e da região