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Foto: Renan Mattos (Diário)
O fim do auxílio emergencial, cuja última parcela foi sacada pelos beneficiários em janeiro, criou o debate sobre a possível extensão do benefício. Em dezembro, o endividamento público chegou a um nível alto, alcançando quase 100% do Produto Interno Bruto (PIB).
O impacto fiscal e o aumento do gasto público podem agravar ainda mais a crise econômica que está batendo à porta, e pode levar milhões de famílias a enfrentarem dificuldades sérias, conforme analisa economista Daniel Coronel. É estimado que mais de 60 milhões de pessoas possam passar a viver abaixo da linha da pobreza e cerca de 20 milhões, abaixo da linha da pobreza extrema. Demais brasileiros, assim como Bruna, não sabem mais como vão pagar as contas e colocar comida na mesa. Enquanto isso, a pandemia segue com números altos de mortes e novos casos.
O economista afirma que os próximos meses serão marcados por desafios:
- O que nos aguarda são números altos de desemprego e economia em queda, acima de tudo pelos problemas com logística e infraestrutura na vacinação.
Mesmo assim, o especialista acredita que existem soluções que podem dar alívio aos mais necessitados.
- O governo terá de equacionar alguns desafios e, para reverter esse quadro negativo, será necessário realizar uma reforma tributária e administrativa e proporcionar segurança em contratos jurídicos, sem tirar direitos públicos. O governo deve flexibilizar a lei do teto de gastos, porque se não tivermos investimento, não teremos crescimento - explica Coronel.
Ele acredita que se essas mudanças não forem feitas, entre elas, a flexibilização da Lei do Teto de Gastos, na prática, um limite ligado à inflação criado para ajudar a controlar a dívida pública e que estabelece que os gastos pelos próximos 20 anos - até 2036. Caso contrário, de acordo com Coronel, Brasil poderá a voltar a retornar, após décadas, ao mapa da fome.
- É urgente a necessidade de implementar políticas públicas para os setores mais vulneráveis. Para o Brasil voltar a crescer, os estadistas precisam encaminhar programas sociais visando diminuir os efeitos negativos da crise e diminuir as disparidades econômicas e sociais.
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Foto: Anselmo Cunha (Especial)
Cozinhas comunitárias e Restaurante Popular são alternativas
Mesmo com poucas perspectivas de melhora na economia, ainda há diferentes propostas sobre como custear ou dar alívio aos mais necessitados. Em Santa Maria, existem sete cozinhas comunitárias para atender a população em situação de vulnerabilidade.
Conforme a prefeitura, no momento, não é possível realizar as refeições no local, porque os espaços estão sendo utilizados para montagem de cestas básicas que são entregues para as famílias cadastradas na região de atendimento de cada cozinha. Cerca de 14 mil refeições eram servidas, por mês, antes da pandemia.
Há, ainda, a previsão de criar mais três cozinhas comunitárias na cidade, uma promessa de campanha de Jorge Pozzobom (PSDB). A prefeitura explica que a iniciativa está em processo de avaliação dos locais - as regiões Leste, Oeste e Norte têm a preferência.
Outra opção para quem sofre com os impactos da crise financeira é o Restaurante Popular, que serve, diariamente, 575 refeições ao valor de R$ 3. É necessário estar cadastrado junto à Secretaria de Desenvolvimento Social e comprovar situação de vulnerabilidade, mediante abordagem e entrevista com as assistentes sociais e psicólogas do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Para pessoas com carteira de trabalho, são até 20 refeições servidas por dia. O restaurante funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 13h30min ou até o término das 575 refeições. Por causa da pandemia, a comida é servida em marmitex para levar. O Restaurante Popular fica na Rua Pantaleão, 356.
O Executivo municipal informou ter outras iniciativas para amenizar o impacto da elevação do custo de vida. Além das Cozinhas Comunitárias e do Restaurante Popular, há programas de atendimentos para instituições que fornecem refeições e distribuições de cestas básicas, como Banco de Alimentos de Santa Maria, Mesa Brasil, Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar no formato institucional por doação simultânea (PAA) e PAA Municipal (para suprir as cozinhas comunitárias).
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