2º Festival em Santa Maria

Game over: o esporte como combate à discriminação no mês do orgulho LGBT+

Game over: o esporte como combate à discriminação no mês do orgulho LGBT+

Foto: Bibiana Pinheiro (Diário)

No último final de semana, ocorreu o 2º Festival Internacional LGBTQIA+ Voleibol Cidade de Santa Maria no Centro Desportivo Municipal (CDM), o Farrezão. A sua concretização é vista como a reafirmação do respeito pela diferença, destacando as potencialidades do esporte como ferramenta de inclusão.

 

No domingo (19) à tarde, a competição consagrou o Galáticos  como bicampeão, vencendo o Viva Vôlei A por 2 sets a 1. Mas mais do que esta vitória, significa a efetividade de Santa Maria sediar um evento estruturado e pensado para receber o público, em especial, no mês do Orgulho  LGBT +, junto às batalhas de quem pertence à sigla.

 

Durante a cobertura do Festival, falamos com alguns atletas do evento para ouvirmos sobre a competição que é uma proposta direcionada ao público


Foto: Ariéli Ziegler/PMSM


Valeball 

O time ao qual pertence o gerente administrativo Matheus Klippel, 27 anos, veio de Porto Alegre, incentivados por atletas que já vieram até Santa Maria competir.  


– O nome Valeball é por causa do vale dos homossexuais. Então, ele é um time inclusivo. A gente gosta de participar de torneios com times que também tem esse mesmo intuito. Este festival é feito exatamente para isso, logo, não tem ambiente melhor – acentua Klippel.


Battel Force Voleibol

Guilherme (ao centro) da foto, durante cerimônia de abertura do evento

Pela segunda vez, Guilherme Bicca Fagundes, 34 anos, motorista de aplicativo, está com sua equipe Battel Force Voleibol de Canos para participar. Ele comemora a vinda após o sucesso da primeira edição. 


– Nós viemos na primeira edição porque nós somos representantes da Superliga Estadual, com 12 equipes participantes. Recebemos o convite e não poderíamos deixar de ajudar um projeto novo. Quando chegamos aqui, era tão maravilhoso que ficamos de queixo caído. Santa Maria provou que a gente merece sim o melhor, e isto para nós é muito gratificante. A gente fica extremamente feliz. Vamos levar para Canoas a integração que a gente vê entre as autoridades públicas e entre a torcida – destaca Fagundes. 


Green Volley 

O festival já está entre os principais torneios da equipe Green Volley, de Porto Alegre. Éverton Selli da Costa, 37 anos, servidor público, parabeniza a estrutura do evento:


– Até que hoje essa questão da discriminação está um pouco menor, estamos evoluindo, mas eu acho que é muito importante ter esses eventos direcionados para o público LGBT+, pois ele se sente mais à vontade para ser quem quem se é. Talvez em uma outra competição, a gente fique um pouco mais retraído de fazer alguma brincadeira, alguma coisa assim. Então, acho que é fundamental. 


Ace Strike 

Equipe com uniforme roxo e rosa na competiçãoFoto: Ariéli Ziegler/PMSM

O festival também recebeu a equipe Ace Strike, do município de Estrela. A mãe de um dos membros, e gestora do time, Maria Almeida, 45 anos, passou todos os jogos na torcida. 


– Nosso time é 80% LGBT. Temos o time há pouco tempo, nos dedicamos bastante. Treinamos bastante. O festival é o máximo, se tiver outro estaremos presente. Um evento super importante, melhor do que esperávamos. 


Papel principal: inspiração

Foto: Ariéli Ziegler/PMSM


​Em meio às falas na Cerimônia de Abertura, Jean-Pierre Chagas, organizador do evento, foi lembrado como figura central para a concretização do evento. Um incentivador da cena em Santa Maria. 


A primeira atleta trans a disputar jogos da elite do voleibol feminino, Tiffany Abreu, destacou a relevância de haver espaços que reafirmam o local de pessoas LGBT+ no esporte. Ainda, destacou o papel das federações em monitorar e agir com relação a atos que ferem o outro.

 

– Acredito que está na hora de sermos mais severos com as regras, e punir as pessoas que cometem racismo e crime de LGBTfobia, qualquer crime contra o atleta, contra a pessoa, o ser humano. Já não cabe, principalmente no esporte, espaço para isto. Nós merecemos respeito. Nós estamos ali fazendo o nosso trabalho e não para sermos julgados. As pessoas precisam entender que precisamos de uma lei para estas pessoas que praticam este tipo de comportamento nos estádios e nos ginásios. 


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