Após adequações no projeto, obras no Memorial da Kiss são retomadas nesta terça-feira

​​​Após quase dois meses, as obras no Memorial da Kiss foram retomadas. Nesta terça-feira (29), a Infa Incorporadora, responsável pela construção, deu andamento às etapas de infraestrutura, já de acordo com as adequações do projeto. A entrega, antes prevista para março de 2025, foi adiada. A construtora ainda estuda uma nova previsão.


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O atraso ocorreu após a equipe de obras ser notificada sobre um andar abaixo do nível do solo que fica no edifício vizinho à boate, antes desconhecido – tanto pelo idealizador do projeto, quanto pela empresa responsável pela construção. Para isso, as adequações, entregues à construtora no último sábado (26) indicaram que um muro de contenção fosse feito para separar o terreno do prédio vizinho.

Conforme o engenheiro da obra, Paulo Kull, a condição exigia outro tipo de fundação e, por isso, o projeto precisou voltar ao engenheiro responsável para ser adequado. De lá, foram quase dois meses de pausa. Reajustes no valor total, atualmente em R$ 4,8 milhões, não foram descartados. Até a próxima semana, a construtora deve estudar as adequações e avaliar se haverá necessidade de ajuste.

A obra está na fase de infraestruturaFoto: Beto Albert (Diário)


Obra está 5,5% concluída

A retirada do letreiro da boate Kiss e das portas de entrada, em ato simbólico na Rua dos Andradas no dia 12 de julho, marcou o início da obra do Memorial. Ainda na primeira semana, foram catalogados os objetivos que farão parte do acervo e teve início a retirada de materiais da boate como gesso, madeira, alumínio e espuma. O objetivo era dar o direcionamento adequado dos itens e abrir espaço para a entrada do maquinário.

Quase duas semanas depois, em 23 de julho, outro marco importante: a remoção do telhado e das estruturas internas do local. No dia seguinte, a fachada do prédio da Boate Kiss começou a ser demolida de forma manual, com a retirada de janelas e estrutura de madeira. Este foi o último passo antes da derrubada completa das paredes da boate, que ocorreu no dia 29.

Com a remoção da estrutura, foi realizada a limpeza do entulho e nivelamento do terreno. Nada sobrou do antigo prédio da boate. Após, foram realizadas as marcações de obra e no início das perfurações – primeiras fases da obra, relacionadas à infraestrutura.

Agora, a equipe deve finalizar as etapas relacionadas à perfuração, ferragem e concretagem. Após, serão realizadas ações como a estrutura frontal, composta por tijolos à vista, colocação do piso granito e a composição em vidro de partes do Memorial previstas no projeto. Até o momento, conforme Kull, 5,5% das obras foram concluídas.


O projeto 

O Memorial será construído na Rua dos Andradas, onde ficam as ruínas da boate Kiss. O projeto de 383,65 metros quadrados será feito em um único pavimento, para facilitar a acessibilidade e a manutenção. O custo será de R$ 4,8 milhões oriundos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), presidido pelo Ministério Público (MP), que destinará ao Memorial os valores provenientes de multas e acordos judiciais por danos causados à coletividade. Além disso, a prefeitura dará uma contrapartida de R$ 800 mil.

O arquiteto Felipe Zene Motta é o responsável pelos ambientes que serão construídos no memorial. Ele foi o ganhador do concurso realizado, em 2018, pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS) para escolher o projeto. 

  • Fachada – A proposta traz um muro de concreto e tijolos que bloqueia quase que inteiramente a visão do espaço interior, se vista da rua. De acordo com o autor do projeto, a austeridade da fachada representa o luto da cidade e exige respeito do visitante ao que aconteceu;
  • O interior – Em contraste, ao atravessar o muro, encontra-se um espaço de luz e fluidez. O atravessar busca trazer uma signification do luto e do pesar;
  • No centro – No coração do projeto, haverá um jardim circular de flores. À sua volta, 242 pilares de madeira, cada um representando uma vítima da tragédia, suportam uma cobertura radial que abriga as diversas salas do conjunto;
  • Ao fundo – Será instalado um auditório, composto por um palco central e plateia em lados opostos. Uma sala multiuso de caráter cultural abrigará o acervo em formato de exposição permanente multimídia. Do outro lado, optou-se por criar uma sala única que abrigará a sede da AVTSM, assim como demais áreas de reunião e atividades coletivas


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