Sem transporte coletivo, passageiros enfrentam espera e alto custo de aplicativo

A paralisação do transporte coletivo impactou diretamente a rotina de quem depende dos ônibus em Santa Maria, especialmente na zona oeste da cidade. Na manhã desta terça (23), na Avenida Paulo Lauda, no Bairro Tancredo Neves, enquanto algumas paradas estavam vazias, outras registravam a presença de usuários que aguardavam informações ou uma alternativa para seguir o trajeto.

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Entre os relatos ouvidos pela reportagem, houve quem conseguisse se adaptar à situação. Uma passageira que aguardava o ônibus na avenida contou que precisava se deslocar até a Avenida Walter Jobim, que fica a pouco mais de 5 km dali, mas conseguiu uma carona. Já outros usuários não tiveram a mesma sorte e permaneceram nas paradas, na expectativa de uma solução ao longo da manhã.

Um usuário que trabalha na Faixa Nova relatou que fez uma simulação em aplicativos de transporte e encontrou valores entre R$ 60 e R$ 80 para o deslocamento até o emprego. Segundo ele, o custo equivale praticamente ao que recebe por um dia inteiro de serviço, o que torna impossível optar por esse tipo de corrida. Diante disso, decidiu aguardar mais um tempo na parada enquanto tentava contato com o chefe, para definir se esperaria a retomada dos ônibus ou retornaria para casa.

Ainda há relatos de motoristas particulares que chegaram a circular pelas paradas de ônibus oferecendo transporte aos trabalhadores, cobrando valores mais elevados do que o habitual. 

Até a publicação desta matéria, o transporte coletivo segue paralisado. Há uma expectativa, ainda não confirmada, de que uma nova reunião possa ocorrer por volta das 9h, com a possibilidade de encerrar a paralisação e retomar o fluxo de ônibus na cidade. Enquanto isso, não há informações sobre a volta do serviço.

Entenda

​A manifestação ocorre após os ônibus não saírem das garagens no início desta terça. Conforme informado anteriormente, a paralisação está relacionada ao atraso no pagamento do vale-alimentação dos rodoviários, segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Veículos Rodoviários (Sitracover).

As empresas do setor, por meio da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), alegam dificuldades financeiras e apontam atraso no repasse de subsídios por parte do Executivo municipal. A prefeitura, por sua vez, afirma que os valores ainda estão sendo calculados.