style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)
O dia 19 de janeiro de 2021 ficou marcado na história de Santa Maria. Após 10 meses de uma pandemia que ceifou centenas de vidas na cidade e alterou por completo a rotina, a esperança chegou dentro de frascos. Nesta sexta-feira, um mês após a primeira aplicação do imunizante no município, já são 10.419 pessoas - entre profissionais de saúde, abrigados em instituições de longa permanência (ILPIs), indígenas e idosos com 85 anos ou mais - vacinadas.
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Até este momento, a cidade recebeu 21,6 mil doses da CoronaVac (produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac), e da Covishield, da AstraZeneca e Universidade de Oxford produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
QUANTO TEMPO FALTA PARA CONCLUIR VACINAÇÃO?
A população vacinada até agora representa cerca de 3,6% da população santa-mariense. Para o coordenador do Centro de Referência Municipal do Covid-19, o epidemiologista do município Marcos Lobato, o percentual está longe do necessário para poder começar a se pensar em um retorno à normalidade - isso poderia ser feito a partir de 70% das pessoas imunizadas.
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O virologista e professor de Saúde Pública e Epidemiologia no curso de Medicina Veterinária, Eduardo Furtado Flores, prevê resultados positivos ainda antes da imunização de toda a população.
- Quando tivermos de 20 a 30% da população vacinada, já vai se notar, principalmente entre o grupo de risco, que vão cair as hospitalizações e óbitos. Em um segundo momento, quando tivermos 70% da população vacinada, a circulação, a transmissão vai diminuir muito, pois o vírus vai encontrar grande parte das pessoas imunizadas - explica.
Mesmo um mês depois do começo da vacinação, o número de casos e, principalmente o número de internações nos hospitais ainda é visto como preocupante pelos médicos. Até quinta-feira, a ocupação de UTIs de dois hospitais da cidade ultrapassava os 90%.
ESPERA DE DOSES
O ritmo da vacinação está condicionado ao envio de novas remessas pelo Ministério da Saúde ao Estado, que posteriormente faz a distribuição aos municípios. Na próxima semana, está prevista a chegada de 300 mil doses da CoronaVac ao Estado.
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Na quarta-feira, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, em reunião do Fórum de Governadores, apresentou um cronograma para a distribuição de vacinas contra a Covid-19. Conforme o cronograma (veja abaixo), a próxima entrega aos estados acontece ainda em fevereiro: 2 milhões de doses da vacina de Oxford, importadas da Índia, e 9,3 milhões da Coronavac, produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan. Em março, é prevista a chegada de 18 milhões de doses da vacina do Butantan e mais 16,9 milhões de Oxford. Até julho, o cronograma prevê 240 milhões de doses para o país. Estão incluídas na previsão vacinas dos laboratórios União Química/Gamaleya e Precisa/Bharat Biotech, que podem garantir ao Brasil a chegada da vacina russa Sputnik V e da indiana Covaxin, respectivamente. As duas últimas ainda não tiveram o uso aprovado pela Anvisa.
PREVISÃO DE NOVAS DOSES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Vacina AstraZeneca/Oxford (Fiocruz)
- Fevereiro - 2 milhões (importadas da Índia)
- Março - 4 milhões (Índia) + 12,9 milhões (produção nacional)
- Abril - 4 milhões (Índia) + 27,3 milhões (nacional)
- Maio - 28,6 milhões (nacional)
- Junho - 28,6 milhões (nacional)
- Julho - 3 milhões (nacional)
- Total do 1º semestre - 112,4 milhões de doses
- Conforme o ministério, a partir do segundo semestre, com a incorporação da tecnologia da produção da matéria-prima (IFA), a Fiocruz deve entregar mais 110 milhões de doses com produção 100% nacional. Até então, o IFA utilizado é importado.
Vacina CoronaVac (Fundação Butantan/Sinovac)
- Fevereiro - 9,3 milhões
- Março - 18,1 milhões
- Abril - 15,9 milhões
- Maio - 6 milhões
- Junho - 6 milhões
- Julho - 13,5 milhões
- Total - 77,6 milhões
- Até setembro, serão entregues mais de 22,3 milhões de doses, totalizando 100 milhões
Covax Facility (vacina importada da AstraZeneca/Oxford)
- Março - 2,6 milhões
- Até junho - 8 milhões
- Total - 10,6 milhões de doses
Vacina Sputnik V, importadas da Rússia (União Química/Instituto Gamaleya)
- Março - 400 mil
- Abril - 2 milhões
- Maio - 7,6 milhões
- Total - 10 milhões
- Com a incorporação da tecnologia da produção do IFA, a União Química deverá produzir, no Brasil, 8 milhões de doses por mês
Vacina Covaxin, importada da Índia (Precisa Medicamentos/Barat Biotech)
- Março - 8 milhões
- Abril - 8 milhões
- Maio - 4 milhões
- Total - 20 milhões
*colaboraram Felipe Backes e Leonardo Catto