Fotos: Vinicius Becker
Quando se fala em salvar vidas, cada minuto é precioso. Nos últimos meses, o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo (CHAA) tem cumprido determinações e desenvolvido protocolos para garantir o funcionamento de um heliponto em Santa Maria.
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A área demarcada no terraço da Policlínica Provedor Wilson Aita tem 25 metros de largura e 18 metros de altura, com capacidade para aeronaves de até sete toneladas. O local pode ser utilizado para pouso e decolagem de helicópteros, o que possibilita o transporte de pacientes em estado crítico, deslocamento de equipes de captação de órgãos, recebimento de medicamentos ou antídotos com prazo de validade curto, entre outras potenciais situações.
O espaço existe desde que a Policlínica começou a funcionar, em 2011, sendo de uso registrado e aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ao Diário, o diretor executivo do Complexo Hospitalar, Bernardo Costa (foto abaixo), falou sobre o processo e a importância do heliponto:
– Tínhamos algumas questões administrativas a serem resolvidas e que acabamos sanando neste ano. Agora, o heliponto está em pleno funcionamento, o que é ótimo, porque ele é um meio de acesso diferenciado para um hospital. Ele (o heliponto) nos permite ter mais celeridade em uma remoção ou casos mais grave, e o tempo é muito relevante para que a assistência, o cuidado e o desfecho do paciente ocorra da melhor forma possível. Então, essa área foi pensada exatamente para que pudéssemos oferecer esse tipo de meio de transporte, que no fim acaba sendo uma tecnologia ou um caminho mais rápido para o paciente chegar aqui e ser atendido.

Em outubro deste ano, a área foi utilizada pela Brigada Militar durante uma simulação de resgaste aéreo. O episódio é lembrado por Costa, que revelou o impacto da ação nos protocolos do Complexo Hospitalar:
– Fizemos um simulado neste ano, e a experiência foi excelente. Na saúde, costumamos dizer que tudo que conseguimos testar e simular antes de usar na prática é o melhor caminho. Aprendemos bastante durante o simulado, inclusive os nossos times internos têm trabalhado em alguns ajustes, porque embora a velocidade de chegada no hospital seja grande, o paciente ainda precisa chegar até a emergência. Então, aproveitamos para revisar todo esse fluxo de translado interno, que vai desde a descida da maca no heliponto até o caminho para emergência.

Costa ainda afirmou que o diálogo com diversas instituições tem sido reforçado para que o heliponto esteja disponível para comunidade de Santa Maria e região.
– Tivemos um retorno bastante positivo dos órgãos públicos sobre a estrutura, que realmente é bastante diferenciada até de alguns locais que eventualmente eles precisam pousar para fazer um resgate ou coisa do tipo. E queremos potencializar ainda mais esse uso e fazer com que casos que eventualmente o desfecho não fosse tão positivo possam realmente gerar um paciente recuperado em função da diferença de tempo de uma remoção terrestre versus uma aérea.
Estrutura
Segundo o engenheiro de segurança do trabalho do Complexo Hospitalar, Rosito Borges (foto abaixo), para funcionar, um heliponto de hospital precisa atender a determinados requisitos de segurança:
– Todo heliponto de hospital precisa ter, além desse H, uma cruz vermelha. O nosso ponto também é de operação visual diurna e noturna. Temos iluminação na pista e biruta, que é o indicador de direção do vento. Ou seja, ele está totalmente operacional.

Outro ponto destacado pelo engenheiro foi a classificação da área de pouso e desembarque, que faz do local no Complexo Hospitalar um dos poucos existentes no Estado.
– Nosso heliponto é civil e privado. Ele está localizado em um hospital, mas também na área privada de um prédio. Classificamo-o como elevado, porque está em cima de um prédio. E com essas características no Estado e em hospital só há quatro locais: o nosso, o Hospital Moinho de Ventos e a Santa Casa em Porto Alegre, e a Unimed Nordeste em Caxias do Sul – concluiu Borges.
