Foto: Marcelo Oliveira (arquivo/Diário)
14 de novembro é o Dia Mundial contra o Diabetes. A data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Federação Internacional de Diabetes, em 1991, busca aumentar a conscientização sobre a doença.
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O diabetes ou diabetes mellitus (DM) é causado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Dividida em quatro tipos (Pré-diabetes, Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional), a condição pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, rins e nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.
Segundo o Atlas Global do Diabetes 2025, o Brasil ocupa o 6° lugar mundial em número de casos, com 16,6 milhões de pessoas. O índice representa um aumento de 5,7% em apenas quatro anos. O documento também alerta para o número de óbitos no país. Foram 111 mil mortes por conta do diabetes em 2024.
Em Santa Maria, o tema deve ser debatido furante uma programação especial. Conforme a Secretaria Municipal da Saúde, atualmente, 8.718 usuários com diabetes são atendidos na Atenção Primária em Saúde (APS). Na cidade, o maior número de casos é do Tipo 2, seguido pelo Tipo 1 e diabetes gestacional. Para lidar com o cenário, a cidade conta com uma rede de assistência, com diversos serviços e insumos ofertados gratuitamente.
Acompanhamento
O processo começa nas unidades de saúde. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, “quando o paciente é classificado como alto ou muito alto risco cardiovascular e apresenta dificuldade de manejo na Atenção Primária em Saúde (APS), é encaminhado ao Ambulatório Especializado em Hipertensão e Diabetes do Hospital Regional, onde recebe atendimento de uma equipe multiprofissional composta por profissional de Educação Física, oftalmologista, assistente social, endocrinologista, psicólogo, médico vascular, nutricionista, cardiologista, farmacêutico, nefrologista, fisioterapeuta e enfermeiro. O cuidado é compartilhado entre o ambulatório e a APS”. Já crianças e adolescentes com diabetes Tipo 1 são acompanhados no Ambulatório de Endocrinologia do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).
Como tratamento para a doença também envolve mudanças no estilo de vida, algumas unidades de saúde contam com grupos de convivência e de exercícios físicos, medida que também contribui para a prevenção e controle de outras doenças crônicas.
Atualmente, são disponibilizados aos usuários com diabetes os seguintes medicamentos e insumos: insulinas Protamina Neutra de Hagedorn (NPH) e Regular em canetas e frascos, glicosímetros, lancetas, seringas, agulhas para canetas e tiras reagentes.
Insulina
Essencial no controle de níveis de açúcar no sangue, a insulina é um importante aliado no tratamento à diabetes, especialmente do Tipo 1. Nos últimos anos, foram registrados episódios de escassez ou ausência desse medicamentoem diversas farmácias do país, o que levou o Ministério da Saúde a dar um passo importante: retomar a produção de insulina após 20 anos.
O anúncio feito em julho deste ano deve beneficiar, inicialmente, cerca de 350 mil pessoas com diabetes. Ainda conforme a pasta, “os contratos preveem a entrega para a rede pública de 8,01 milhões de unidades de insulina, entre frascos e canetas, em 2025 e 2026”.
O impacto desta oferta deve ser sentido em breve, em Santa Maria. Atualmente, “o município disponibiliza insulinas NPH e Regular, tanto em canetas (para pacientes com DM1 e DM2 até 19 anos e a partir de 45 anos) quanto em frascos na Farmácia Municipal e nas Farmácias Distritais”.
Em nota, a secretaria reforça que “na Farmácia de Medicamentos Especiais (FARME), são disponibilizadas insulinas análogas, conforme faixa etária e tipo de diabetes". Ou seja, Lispro para crianças a partir de 3 anos com Diabetes Tipo 1; Degludeca para paciente de 1 a 2 anos incompletos com DM1; Glargina para usuários a partir de 2 anos com DM1 e DM2; Aspart para pacientes de 1 a 3 anos incompletos com DM1 e Detemir para o público a partir de 1 ano com DM1. Veja abaixo como proceder para acessar o medicamento.
Onde é possível retirar insulina em Santa Maria?
Farmácia Municipal Central
- Horário de atendimento – Segunda a sexta-feira, das 7h30min às 12h
- Endereço – Rua André Marques, 760, Centro
- Contato – (55) 3174-1594 – opção 2
Farmácia Distrital Leste (Camobi) / UBS Wilson Paulo Noal
- Horário de atendimento – Segunda a sexta-feira, das 7h30min às 12h e das 13h às 15h. Nas quartas-feiras, das 7h30min às 10h e das 13h às 15h
- Endereço – Rua Reinaldo Manoel Guidolin, 130, Bairro Camobi
- Contato – (55) 3174-1589 – opção 1 e depois opção 1
Farmácia Distrital Oeste (Tancredo Neves) / EAP Ruben Noal
- Horário de atendimento – Segunda a sexta-feira, das 7h30min às 12h e das 13h às 15h
- Endereço – Avenida Paulo Lauda, 80, Bairro Tancredo Neves
- Contato – (55) 3174-1591 – opção 8 e depois opção 2
Farmácia de Medicamentos Especiais (Farme)
- Horário de atendimento – Segunda a sexta-feira, das 8h às 13h (Fechada em feriados e dias de balanço)
- Endereço – Avenida Presidente Vargas, 1720
- Contato – (55) 3174-1594 – opção 1
- Instagram – @farme_rs.sm
- São distribuídas 60 fichas diárias para renovações e novos processos
Farmácia Popular (Programa “Aqui tem Farmácia Popular”)
- Insulinas NPH em frasco e medicamentos orais também estão disponíveis gratuitamente em farmácias privadas conveniadas ao programa
O que é necessário para retirar o medicamento?
Na Farmácia Municipal e nas Distritais
- Apresentar anualmente (ou quando solicitado):
- Laudo médico com CID, tipo de diabetes, medicações e aferições de glicemia
- Cópia de documento de identidade ou certidão de nascimento
- Cópia do cartão SUS
- Comprovante de residência atualizado em nome do paciente (ou título de eleitor)
- Receita médica da UBS com tipo e dose da insulina
Para retirada mensal de insumos farmacêuticos (glicosímetros, tiras, agulhas etc.), é necessário:
- Apresentar o glicosímetro
- Receita médica emitida pela UBS
- Documento de identidade
Na Farme
- Os processos (solicitação, renovação e documentação) podem ser realizados por meio da plataforma Farmácia Digital RS: farmaciadigital.rs.gov.br
Com ampla programação, 1º Summit de Diabetes Tipo 1 segue até domingo em Santa Maria

Neste momento de maior conscientização sobre a doença, Santa Maria recebe o 1º Summit de Diabetes Tipo 1. Hoje, 248 pessoas se encontram em tratamento para esse tipo na cidade. A programação começou na quarta-feira (12), com uma capacitação para professores e equipes escolares sobre o auxílio a estudantes com a condição. A atividade foi realizada no prédio do Edutec e contou com a presença da médica endocrinologista Maristela Beck (foto acima) e da nutricionista Elisângela Colpo.
A iniciativa é realizada pela Associação Formigas, com o apoio de diversas instituições locais e nacionais. Segundo a profissional de Educação Física e presidente da Associação, Daniele Portella, a ideia do evento foi inspirada no Santa Summit, que reúne inovação e tecnologia.
– Como o tratamento do Diabetes Tipo 1 está cada vez mais conectado à tecnologia – com o uso de sensores de glicemia, sistemas de infusão de insulina e canetas inteligentes –, sentimos a necessidade de trazer esse olhar também para nossa causa. O 1º Summit de Diabetes Tipo 1 nasce com o propósito de unir inovação, ciência, tecnologia e acolhimento. Nosso tema traduz bem essa missão: Conectar, Capacitar e Inspirar – afirma.
A programação seguirá até domingo (16), com palestras, painéis de discussão, corrida e caminhada. Ainda nesta sexta, deve ocorrer um mutirão de Retinopatia Diabética e uma audiência pública sobre o tema na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Ao Diário, Daniele falou sobre a importância da programação:
– Queremos que o Summit se torne um espaço de aprendizado, troca e transformação, reunindo profissionais da saúde, educadores, gestores públicos, pessoas com Diabetes Tipo 1 e seus familiares. Mais do que um evento, será um movimento de conscientização e fortalecimento. Esperamos que, a partir dele, novas ações e políticas públicas possam surgir em benefício dessa comunidade.
Cenário local
Atualmente, a Associação Formigas conta com cerca de 60 associados, entre pessoas com Diabetes Tipo 1 e familiares. Segundo Daniele, o objetivo da entidade é oferecer acolhimento e trocar experiências e informações. As conquistas e os desafios dessa comunidade na cidade também foram comentadas:
– Santa Maria tem avançado (na pauta), mas ainda há muitos desafios. Precisamos de uma equipe multidisciplinar estruturada para o atendimento das pessoas com Diabetes Tipo 1 e demais especialistas, como endocrinologistas e endocrinopediatras, pois as consultas ainda são muito espaçadas – chegando a levar mais de seis meses para um retorno. Também sentimos a necessidade de maior acesso aos novos tratamentos e tecnologias aplicados ao Diabetes Tipo 1, como sensores e sistemas modernos de infusão de insulina. É fundamental que esses recursos cheguem a todas as pessoas que precisam, garantindo um cuidado mais seguro.
Programação
Mutirão de Retinopatia Diabética
- Quando – Sexta-feira (14), das 9h às 16h
- Onde – Praça Saldanha Marinho
Audiência Pública da Assembleia Legislativa
- Tema – Diabetes Tipo 1 no Rio Grande do Sul
- Quando – Sexta-feira (14), às 17h
- Onde – Câmara de Vereadores de Santa Maria (Rua Vale Machado, 1415, Centro)
Palestras e painéis do Summit de Diabetes
- Quando – Sábado (15), das 8h às 19h
- Onde – LabCriativo do Mercado da Vila Belga (Rua Manoel Ribas, 2038)
- Inscrições – Pelo site www.even3.com.br
Corrida e caminhada em parceira com o Sesc
- Quando – Domingo (16), a partir das 7h
- Onde – Shopping Praça Nova (BR-287, 2885, Bairro Urlândia)