Foto: Eduardo Ramos (Diário/Arquivo)
A Europa vem registrando temporadas de transmissão de doenças causadas por mosquitos mais longas e mais intensas, sobretudo no que diz respeito a casos de vírus do Nilo Ocidental e de chikungunya.
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O alerta é do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês).
A mudança, segundo o órgão, é impulsionada por fatores climáticos e ambientais, como o aumento das temperaturas, verões mais longos, invernos mais amenos e alterações nos padrões de precipitação — condições que, combinadas, criam um ambiente favorável à proliferação de mosquitos.
– A Europa está entrando em uma nova fase — em que a transmissão mais longa, disseminada e intensa de doenças transmitidas por mosquitos está se tornando o novo normal –, disse a diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner, ao destacar que o centro trabalha junto a estados-membros para fornecer apoio personalizado e orientações oportunas de saúde pública.
Números
Em nota, o ECDC informou que o mosquito transmissor do vírus Chikungunya, o Aedes albopictus, foi identificado em 16 países europeus e em 369 regiões do continente. Há cerca de uma década, ele havia sido anotado em apenas 114 regiões da Europa.
– Associada ao aumento de viagens internacionais, essa disseminação torna surtos locais mais prováveis.
Em 2025, a Europa registrou 27 surtos de Chikungunya – número classificado pelo centro como “novo recorde para o continente”, disse o ECDC.
– Pela primeira vez, um caso de doença viral chikungunya adquirida localmente foi relatado na região da Alsácia, na França — uma ocorrência excepcional nessa latitude, destacando a contínua expansão do risco de transmissão para o norte.
Em relação ao vírus do Nilo Ocidental, em 2025, pela primeira vez, foram relatadas infecções nas províncias italianas de Latina e Frosinone, e no condado de Sălaj, na Romênia.
“A Europa registrou o maior número de casos do vírus do Nilo Ocidental em três anos”, informou o ECDC, ao alertar para o aumento de casos, com pico sazonal previsto para agosto ou setembro.
“Novas orientações do ECDC incluem medidas práticas de vigilância, prevenção e controle para chikungunya, dengue e zika, com recomendações personalizadas para países europeus, incluindo aqueles com experiência limitada ou que nunca enfrentaram a ameaça de doenças transmitidas por mosquitos”, destacou o comunicado.