O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) acompanha desde a última semana um surto da bactéria Acinetobacter baumannii no Hospital Municipal de Novo Hamburgo. O microrganismo, classificado como multirresistente por conta da alta resistência a antibióticos, pode tornar as infecções mais graves e representar risco à vida dos pacientes.
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A Vigilância Sanitária estadual, que é vinculada à Secretaria da Saúde (SES), orientou o hospital a adotar uma série de medidas para conter a disseminação da bactéria. Entre elas estão:
- Limpeza e desinfecção rigorosa de ambientes e equipamentos
- Isolamento de pacientes colonizados ou infectados
- Uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs)
- Manutenção de uma cultura de vigilância ativa
A Comissão Estadual de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde também está monitorando, em tempo real, a situação juntamente com a Vigilância Sanitária do município. Não há informações sobre número de pacientes que teriam contraído a bactéria ou o atual estado de saúde desses.
Infecções
Conforme a SES, as infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) são eventos adversos que podem ocorrer durante os atendimentos em serviços de saúde. A atuação da vigilância sanitária nesse contexto é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio do Programa Nacional de Prevenção e Controle de IRAS.
A notificação dessas infecções é obrigatória em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto, pediátrica e neonatal, bem como em centros cirúrgicos e obstétricos, serviços de diálise para pacientes crônicos e serviços oftalmológicos intra e extra-hospitalares. Também devem ser informados os dados sobre consumo de antimicrobianos e produtos utilizados para higiene das mãos, como preparação alcoólica e sabonete líquido. No RS, esses indicadores estão dentro dos parâmetros nacionais.
Bactéria
Conhecido por causar surtos hospitalares, a bactéria Acinetobacter baumannii é responsável por um grande número de infecções desse tipo. Ela pode se espalhar de forma epidêmica entre pacientes hospitalizados e gravemente doentes, estando presente em diversos ambientes e equipamentos hospitalares, como ventiladores mecânicos, máquinas de diálise, monitores, sistemas de ventilação, além de superfícies como camas, travesseiros e até aparelhos eletrônicos.
Embora algumas pessoas possam ser portadoras da bactéria sem apresentar sintomas, ela representa um risco elevado para indivíduos que estejam com a saúde fragilizada, especialmente em ambientes hospitalares. Sua resistência a múltiplos antibióticos dificulta o tratamento e pode comprometer a recuperação dos pacientes.
Considerando isso, a SES reforça a importância da vigilância contínua e da adoção rigorosa de protocolos de controle de infecções para garantir a segurança de pacientes e profissionais de saúde.